sábado, 17 de dezembro de 2011

Empresa que vazou 10 mil l de óleo em Angra

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e a presidente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Marilene Ramos, anunciaram neste sábado (17) a empresa Modec Serviços de Petróleo do Brasil foi multada em R$ 10 milhões pelo vazamento de 10 mil l de óleo nas proximidades da Ilha Grande, na Baía de Ilha Grande, no litoral sul fluminense. O vazamento está sob controle.

Segundo o órgão ambiental estadual, o acidente foi provocado por falha humana quando o navio FPSO Cidade de São Paulo se dirigia para passar por uma reforma em estaleiro no Município de Angra dos Reis, situado no litoral da Baía da Ilha Grande.

A secretaria disse ainda que devido ao mau tempo, a mancha já se apresentava naturalmente bastante diluída, sem possibilidade de recolhimento. Está em curso agora uma operação de dispersão mecânica por jatos d’água do que restou da mancha de óleo.

Neste sábado (17), com a melhora das condições do tempo, fiscais do Inea sobrevoaram de helicóptero a região do derramamento de óleo, constatando o controle da situação. Em nota oficial, o Inea informou que vai continuar monitorando o trabalho e a trajetória da mancha.

Segundo a nota, assim que o órgão ambiental do Estado detectou o vazamento, no final da noite de sexta-feira (16), foi acionado um plano de emergência para conter a expansão do óleo, com um total de nove embarcações.

Para o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, este vazamento demonstra a importância da aprovação, em breve, da Área de Proteção Ambiental Marinha da Ilha Grande, com a adoção de regras mais rígidas de controle e de fiscalização de atividades petrolíferas na região da Baía da Ilha Grande.

A reportagem do R7 procurou a petrolífera Modec, no seu escritório na Barra da Tijuca e em Macaé, no entanto, até a publicação desta reportagem não conseguiu contato com a companhia.
Vazamento Chevron
O MPF (Ministério Público Federal) em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, moveu ação civil pública contra a petroleira norte-americana Chevron, sua filial no Brasil e a empresa contratada Transocean, pedindo indenização de R$ 20 bilhões pelos danos ambientais e sociais causados pelo derramamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no dia 7 de novembro. O MPF quer também que a Justiça Federal conceda liminar suspendendo todas as atividades da Chevron Brasil e da Transocean, sob pena de multa diária de R$ 500 milhões.
Veja imagens da mancha de óleo

Durante as investigações, o MPF apurou que a Chevron e a Transocean não foram capazes de controlar os danos causados pelo vazamento de cerca de 3.000 barris de petróleo, o que evidencia a falta de planejamento e gerenciamento ambiental das empresas.

Para o procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, as empresas demoraram para fechar o poço e cimentar as fontes de vazamento, insistindo na alegação de que o acidente era ínfimo. Além disso, a técnica utilizada pela Chevron para conter o derramamento não surtiu efeito, pois o cimento usado seria instável, o que revela o despreparo e descaso da empresa.

A Chevron também admitiu que houve falha de cálculo para a exploração do óleo, alegando que a pressão no reservatório era maior que a estimada e a primeira camada de rocha era menos resistente que o previsto. A petroleira ainda omitiu informações à ANP (Agência Nacional de Petróleo), cometeu falhas no Plano de Contingência e errou ao dimensionar o desastre.
Contratada pela Chevron e responsável pela perfuração, a Transocean empregava no poço a plataforma SEDCO 706, a mesma utilizada à época do vazamento de óleo no Golfo do México, em abril de 2010.
Após o julgamento definitivo da ação, o MPF pede a paralisação em definitivo das atividades da Chevron e da Transocean no Brasil.

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